O governo brasileiro ratificou nesta segunda-feira (12/9), em Brasília, a contribuição do país para o Acordo de Paris, apresentada em setembro do ano passado pela então presidente Dilma Rousseff. Entre as principais medidas brasileiras para atingir a meta de reduzir em 43% suas emissões de gases de efeito estufa até 2030 está a restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares, o que equivale a metade da área total do estado de São Paulo.
Para Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, o Acordo de Paris trouxe como avanço o fato de os próprios países apresentarem suas contribuições, o que aumenta as chances de que sejam cumpridas.
“A meta de 12 milhões de hectares é pouco ousada, se levarmos em conta a degradação ambiental já ocorrida no país, mas é realista e pode trazer uma contribuição efetiva se somada à mudança na matriz energética e ao combate ao desmatamento”, afirma Mantovani, que coloca entre os principais desafios a questão dos custos. “É uma discussão que a sociedade vai ter que fazer”.
O texto agora ratificado pelo Brasil é resultado da Conferência das Partes, da ONU, realizada na cidade de Paris entre novembro e dezembro do ano passado. Na ocasião, 175 países foram signatários do conteúdo que tem como objetivo manter o aumento da temperatura média global a menos de 2ºC em relação aos níveis industriais e promover esforços para limitar o aumento da temperatura a, no máximo, 1,5ºC, em relação aos níveis anteriores às atividades industriais.
O acordo entra em vigor 30 dias após a data em que ao menos 55 países entre os responsáveis por 55% das emissões dos gases de efeito estufa tiverem o ratificado.
Fonte: SOS Mata Atlântica e 1 Papo Reto