A votação emblemática no plenário da Câmara dos Deputados, na quarta-feira (02 de agosto), livrou a cara do presidente Michel Temer de ter que se explicar no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as denúncias de ter praticado corrupção passiva. Do contrário, teria que se afastar da Presidência por seis meses. Quando deixar a Presidência no final de 2018, no entanto, o assunto voltará para assombrá-lo. Antes disso, ele poderá ser “incomodado” pela Procuradoria-Geral com uma acusação por organização criminosa e obstrução de Justiça.
Ainda tem muita água para rolar embaixo dessa ponte…
Assim como as acusações contra os petistas que mandavam no País – alguns processados e presos -, as contra Temer deixam a todos estarrecidos como o Brasil está relegado ao controle de organizações que, no mínimo, flertam com atividades criminosas, como os partidos políticos.
Os que apoiam os petistas reclamam que quem batia panelas nas janelas contra Dilma Rosseff e o staff do PT, hoje não faz o mesmo diante das acusações contra Temer e seus “aloprados”. Realmente, o nível de indignação do brasileiro foi alterado desde a derrocada de Dilma. O brasileiro que se animou em ir às ruas para tirar quem estava no poder, agora voltou a ficar em casa. Segue reclamando do cenário político e nota-se que o sentimento de nojo da política aumentou.
A sociedade dá mostras de estar à espera do tal “salvador da pátria”, tanto que boa parte acaba por enaltecer sujeitos como Bolsonaro e Doria Jr., segundo pesquisas de intenção de voto. Este último leva alguma vantagem sobre o outro por estar exposto no comando da maior prefeitura da América do Sul. Ali é o teatro em que ele provará se tem ou não conteúdo – mas ainda é cedo para julgá-lo como executivo do setor público. Embora muitos empresários tenham orgasmos ao defender sua candidatura imediata à Presidência…
Lula está bem posicionado nas tais pesquisas, afinal ainda tem uma camada de teflon que o protege, mas que seu partido teima em ajudar a destruir, como recentemente, quando declarou apoio explícito ao “lunático” do Nicolás Maduro, que leva a Venezuela ao extremo caos. Se bem que se a Gleisi Hoffmann, presidente do PT – que chegou ao cargo com as bênçãos de Lula -, declarou apoio do partido ao nefasto Maduro, adivinha quem é que certamente deu aval para isso também…
Estes anos de Lava Jato e outras operações investigativas permitem ao brasileiro conhecer o Brasil real em que vive. Até então, especulava-se muito sobre como funcionavam as engrenagens do crime organizado embrenhado nas esferas de poder. Antes desse período de “caça às bruxas”, dificilmente gente de peso era alvo de tantas ações efetivas de cerceamento de liberdade de ação.
É uma evolução que talvez não esteja acontecendo na velocidade que muitos desejam, nem as medidas, tomadas até aqui, tenham imposto penas mais severas para todos os envolvidos em falcatruas. Mas é um combustível para movimentar a sociedade em busca de soluções para se evitar ao máximo os “malfeitos” de sempre.