Energia solar já garante 10% do consumo do Nordeste
No início da década de 2010, havia uma grande batalha entre os grupos contrários e favoráveis à construção das megausinas hidrelétricas na Amazônia. Uma delas, a Usina de Monte, chamava a atenção pelo risco de danos ambientais irreparáveis. O grupo alinhado ao pensamento “desenvolvimentista” dizia que se tratava da única opção para garantir o suprimento de energia necessário à manutenção do forte ritmo de crescimento da economia. Os antagonistas, lembravam dos benefícios das chamadas energias alternativas, especialmente a solar e a elétrica. Bem, não é preciso dizer quem ganhou esse cabo-de-guerra. Parafraseando uma ex-presidente da República, podemos dizer que “quem ganhou, na verdade perdeu!”
Basta ver o estado de indigência causado pelo crescimento desordenado de cidades naquela região. Especialmente Altamira (PA), onde está situada a Usina de Belo Monte, e a periferia de Porto Velho (RO), influenciada pelo complexo de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira. O mito de que as fontes eólicas e solar não seriam confiáveis, pois dependem de variantes climáticas, também não parou de pé. Especialmente no que se refere à região Nordeste.
Um relatório divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), entidade que reúne as empresas do setor, indica que, no dia 25 de setembro, a produção de energia a partir da radiação dos raios solares atingiu 1,13 gigawatts, suficiente para abastecer 10,3% da demanda elétrica da região. Hoje, o Nordeste possui um parque instalado de usinas suficiente para gerar 1,2 giga-watts, maior do que a fonte nuclear (Angra 1 e 2) e o equivalente a 1,3% da matriz energética brasileira. Em termos nacionais, os projetos se concentram em nove estados, com predomínio de Bahia, Ceará, Piauí, Minas Gerais e São Paulo.
E a expectativa é que essa modalidade tenha uma curva de desenvolvimento mais acentuada do que a de projetos eólicos. A ABSOLAR estima que os investimentos no setor deverão ultrapassar a cifra de R$ 23,2 bilhões, até 2023.
Detalhe: a energia eólica, que começou a se desenvolver ainda na década de 1990, já desponta na matriz energética do Nordeste e do país.
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