Pesquisa quer entender como a pandemia impactou a vida dos brasileiros

E isso foi ainda mais intenso no caso dos moradores de metrópoles como Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador. De uma hora para outra foi preciso sopesar os prós e os contras para fazer coisas triviais como sair à rua para levar o cachorro para passear ou fazer compras.

As atividades produtivas também tiveram de se adaptar ao Novo Normal, marcado pelo distanciamento social. E foi para entender o impacto do coronavírus nos hábitos, no consumo e na relação dos brasileiros com a cidade onde vivem que A Vida no Centro, plataforma de informação e inteligência especializada no Centro de São Paulo, comandada por Denize Bacoccina e Clayton Melo, que lançou a pesquisa O Que Mudou na Sua Vida com a Pandemia?.

O estudo, feito em parceria com o Observatório de Turismo e Eventos da SPTuris, está rodando em dois formatos complementares. O levantamento quantitativo é captado por um formulário online, disponível até 12h de segunda-feira (13/7). Por causa da quarentena, a vertente qualitativa do estudo também foi feita de maneira remota, por videoconferência ou telefone. “Para a pesquisa qualitativa, fizemos entrevistas com especialistas e pessoas que reúnem as características de trend setters, ou seja, pessoas cujo comportamento e visões apontam as mudanças que estão ocorrendo – ou se acelerando – por causa da pandemia”, diz Denize. “Nosso objetivo é lançar esta primeira pesquisa até o final do mês”, completa Clayton.

Em entrevista a 1 Papo Reto, eles anteciparam alguns insights extraídos das conversas com moradores da região central de São Paulo.

- O home office veio para ficar

- Os moradores de apartamentos passaram a se interessar ou intensificaram o gosto pela jardinagem

- Novos formatos de apresentação de espetáculos artísticos

Quando todo o trabalho estiver concluído, a dupla de jornalistas-empreendedores pretende oferecer extratos customizados da pesquisa para empresas de segmentos específicos. Os primeiros alvos são o setor de construção civil, os investidores em Economia Criativa (gastronomia, artes e design, por exemplo) e as agências de mobilidade urbana. “Até que surja uma vacina contra o COVID-19, muitas pessoas deverão ficar mais tempo em casa. Isso não significa dizer que deixarão de consumir uma série de produtos, inclusive os de lazer”, destaca Clayton. “E o mercado precisa se adequar para atender esta demanda.” 

Para do Orgulho Gay SP 2018- Foto Fernando Bizerra (EFE/EBC)

Carnaval de rua, em 2018 / Foto: EBC

O sempre agitado Viaduto do Chá em tempos de COVID-19 / Foto: EBC


Por sua vez, Denize chama a atenção para diversos fatores que podem ter efeito no processo de reocupação da região central. Afinal, um dos atrativos de morar nos centros urbanos é a possibilidade de ficar perto de onde se concentra boa parte dos postos de trabalho. “Com o home office, as pessoas não precisarão colocar o tempo de deslocamento na conta da opção do local de moradia”, exemplifica.

Moradores da efervescente praça Roosevelt, o casal conta que a ideia de criar a pesquisa surgiu como um desdobramento natural dentro da vertente da unidade de inteligência da plataforma, fundada em 2017. Desde então, eles já desenvolveram inúmeras ações como o Festival A Vida no Centro, palestras e workshops sobre tendências e outros as aspectos do processo de revitalização da região.

Para eles, a adaptação ao Novo Normal não exigiu tantos sacrifícios. “Passamos a ofertar nosso portfólio de produtos e serviços por meio de lives e outros formatos digitais”, conta Clayton.

 

Texto atualizado: a pesquisa vai ficar no ar até 2ª feira 13/7

 

Saiba mais

Sobre A Vida no Centro