Ministro verde na área?

Comecei a semana chateado. 1 Papo reto lançou luzes sobre a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que liberou a construção de torres residenciais à beira da Represa Billings, permissão já concedida pela Prefeitura e que está sendo contestada por ação popular e ação civil pública. A área se chama Parque dos Búfalos, na zona sul da capital paulista, e está em área de mananciais.

A construção das torres trará o equivalente a população de uma cidade como Águas de Lindóia (SP), ou seja, cerca de 18 mil habitantes. Já temos pouca água e ainda querem estragar o que existe. Será que não dava para fazer esses conjuntos do “Minha casa, minha vida” espalhados pelos galpões desativados da avenida Celso Garcia (zona leste) ou naquela área deteriorada à direita do viaduto Engenheiro Orlando Murgel, no Bom Retiro?

Isso só para começar.

Mas aí minha fé voltou porque descobri que o primeiro escalão do governo federal tem um ministro que pensa verde. Ele defendeu, em uma boa entrevista ao programa “Cidades e soluções” (Globonews) na última segunda-feira, 24/8, que a sustentabilidade faz parte do novo modelo econômico para o Brasil.

Vale do Paraíba mais verde

Ele exemplificou que se fosse feito um esforço intensivo e extensivo de plantio no vale do Paraíba os impactos para a vida seriam enormes. Em resumo, ele lembrou que isso preservaria e ampliaria o volume de água à disposição das pessoas, aumentando a atratividade da região para os mais diversos investimentos.

Em outras palavras, tornar a vida melhor para as pessoas traz progresso para todos. Só para quem não sabe, o vale do Paraíba, cortado pelo rio Paraíba do Sul, tem a maior concentração populacional do País e está entre Rio de Janeiro e São Paulo.

O mais interessante é que o ministro que defendeu essa postura sustentável, com argumentos racionais para mostrar que defender o meio ambiente é importante para a vida econômica, não foi nenhum quadro antigo de partido e muito menos ecologista de carteira. Foi o engenheiro Joaquim Levy, ministro da Fazenda.

Pois com esses argumentos sérios e pragmáticos ele mostrou que o capital depende enormemente da sustentação do meio ambiente. Ganhou minha simpatia.