Carnaval é época de festa, de alegria e de colocar o bloco na rua, certo? Claro! Desde que a sua alegria não seja fator de destruição do patrimônio público e perturbe a paz de toda uma vizinhança. Em algumas cidades como São Paulo moradores vêm se queixando cada vez mais dos foliões. É simples: nos últimos anos, os blocos que desfilam nos fins de semana que antecedem a folia vêm ganhando mais adesões. Com o comportamento típico de um mau torcedor, foliões depredam o mobiliário urbano e largam garrafas, latas e outros resíduos pelas ruas. Moradores se queixam na época, associações de bairro prometem mais interlocução, a prefeitura diz que colocará mais efetivo para dispersar confusão, mas no outro ano o caos se repete.
É importante dizer que é muito bacana ver uma tradição de desfile e brincadeira nas ruas, tão comum em outras épocas, volte a São Paulo!
Porém, há quem ultrapasse todos os limites do bom senso. Urinar nos becos ou até em muros e terrenos, em qualquer horário, é deplorável. Vamos cuidar de nossas maltratadas cidades?
Seria legal que quem puxa esses blocos puxasse também um chamado à cidadania.
Em Salvador e no Rio já ganha multa quem urina na rua. Não quer dizer que isso resolva muito. A Equipe de 1 Papo Reto esteve na capital baiana durante os festejos de Yemanjá, no dia 2 de fevereiro, e presenciou, no bairro do Rio Vermelho, um cheiro de urina insuportável.
Folião, imagine se na frente da sua casa fizessem tudo isso? Obviamente você não gostaria!
Sem caretice e 64 toneladas num único dia!
Isso, sem contar que muitos blocos de Carnaval, a grande maioria deles, recebe algum apoio público. Não tem como dinheiro público patrocinar a destruição de patrimônio público e a desordem. Aliás, apenas no último sábado, a prefeitura recolheu 64 toneladas de sujeira pelas ruas da Vila Madalena.
E isso não tem a ver com caretice – o Carnaval tem que ser aproveitado! E muito.
Pense nisso e vamos que vamos para o Carnaval 2015!
Chora, paulista
Aliás, vai aí uma dica de 1 Papo Reto de um bloco bem-humorado aqui de São Paulo, o Fuá. Formado por radialistas e amigos, ele tem letras críticas, com teor político, cantadas em ritmo de marchinha.
Reparem nos divertidos versos de uma das canções, de autoria de Mauricio Baraças: “Fuá, Fuá, Fuá/Agora que secou/Não adianta mais chorar/Doutor eu não me engano/Espanou o parafuso/Do paulista paulistano/Tanta soberba/Entrou pelo cano/Agora só cavando/Um poço artesiano.
Além da crítica bem-vinda à má gestão da água no Brasil, em especial aqui em SP, eles vão terminar a atividade em frente ao Parque Augusta, na região central. Lá, um grupo de ativistas realiza há um tempo atividades tentando sensibilizar a Prefeitura da Cidade para que transforme o local em uma área verde permanente – na contramão dos interesses imobiliários em voga.
O bloco parte no domingo de Carnaval, às 18 horas, da Rua Conselheiro Ramalho, no bairro da Bela Vista.