Vereadores não conhecem o caos

Para blogueiro, caos no trânsito da cidade justifica ao menos a votação da proposta de feriado feita pelo prefeito de SP, porém legisladores não pensam assimSer vereador em São Paulo é não conhecer as mazelas do povo que paga seus salários e demais despesas. Essa é a conclusão a que se chega diante da atitude da Câmara Municipal que rejeitou na tarde de quarta-feira (18/6) o pedido do prefeito Fernando Haddad para decretar feriado nos dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo. Sabem por quê? Não houve acordo entre os líderes de partido, que não aceitaram a forma com que a prefeitura queria fazer passar o projeto. Vamos ver que forma foi essa que insultou os nobres vereadores. A ideia do prefeito era alterar um projeto de lei que transformava em data celebrativa a Revolução dos Cravos, que acontece no dia 25 de abril, e incluir a proposta de transformação em feriado os dias de jogo do Brasil. O pedido do prefeito se justifica. Ele teme o caos no trânsito na cidade que não suporta essa avassaladora presença de veículos. Ele teme o caos no metrô e trens que igualmente não comportam mais tanta gente. E isso não é opinativo. Na terça-feira, com a saída antecipada do trabalho para assistir ao jogo Brasil e México, às 15h a capital paulista registrou 302 km de lentidão nas vias monitoradas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o terceiro maior da história. Vinte e oito vereadores – quem sabe admiradores do salazarismo - foram contra a proposta de inversão da pauta para colocar o projeto em votação. A prioridade no plenário era o processo de regulamentação do funcionamento dos veículos fretados na cidade, a propósito um assunto de muita importância mesmo (sem ironia) para a mobilidade urbana. O pedido do prefeito por óbvias razões é urgente e não será votado. Por quê? Ora porque ontem foi feriado de Corpus Christi, e a Câmara não teve expediente. E, como ninguém é de ferro, também não deve haver votação na sexta-feira. Para o prefeito, resta decretar ponto facultativo para o funcionalismo público, onde as empresas não são obrigadas a seguir essa orientação, e rezar a Deus.*     *O prefeito da cidade, depois da publicação deste texto, já anunciou a ampliação do rodízio de veículos para o dia todo, entre outras medidas.