Energia, um debate apaixonado

Há quem defenda a diversificação da matriz energética, há quem ainda apoie energia nuclear – mesmo com desastres como o que aconteceu, e acontece, em Fukushima, no Japão. Há quem veja mais benefícios na hidroeletricidade e também podemos lembrar dos veementes protestos contra a hidrelétrica de Belo Monte.

No Brasil, a maior parte da energia gerada é hidroelétrica. Isso porque temos o terceiro maior potencial hídrico do planeta. Porém, mesmo essa fonte de energia, considerada mais limpa, têm impacto socioambiental.

Traduzindo: as hidrelétricas também podem prejudicar comunidades e o próprio meio ambiente. Os tribunais estão lotados de ações movidas por integrantes do movimento dos “Afetados por barragens”.

Quem tem menos de 30 anos por certo não deve ter ouvido falar no Salto das Sete Quedas – uma das belezas naturais do Brasil que “sumiu” em meio à construção da necessária Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Hoje, tal ato seria considerado uma catástrofe ambiental de proporções planetárias.

O mesmo vale para a aventura da Hidrelétrica de Balbina, no Amazonas. Excessivamente cara, ela já nasceu obsoleta do ponto de vista energético e ambiental. Deixou um rastro de destruição em seu entorno e jamais conseguiu seu objetivo, que era livrar a região metropolitana de Manaus das térmicas movidas a óleo combustível.

Então, a equação é a seguinte: nós precisamos gerar energia, mas temos de preservar as pessoas e a natureza.

Uma das promessas para resolver o “xis” da questão é a energia alternativa – a eólica, a solar e da biomassa (restos florestais como bagaço de cana, palha de arroz etc.).

Porém, entre as 20 maiores economias do planeta, apenas o Brasil e a Rússia NÃO estão investindo pesadamente nessas fontes alternativas.

Será que os países da Europa, os Estados Unidos e a China estão errados e nós, latino-americanos, somos os únicos certos?

Mas as coisas podem mudar, vejam só. As fontes eólica e solar registraram neste mês o maior número de inscrições de empreendimentos de geração para o leilão de energia que será realizado pelo governo federal em 18 de novembro.

Os leilões têm acontecido desde agosto para a contratação de eletricidade para abastecer o mercado consumidor do País em 2016.

Será que a energia eólica, que já tem parques instalados pelo País, vai finalmente emplacar? E a solar, faz sentido o Brasil não investir nisso?