O estilo de vida e de consumo dos países ricos, baseado fortemente na aquisição de bens e serviços, se tornou uma das maiores aspirações dos habitantes de países emergentes. O problema é que diversos estudos mostram que essa espécie de corrida maluca para saber quem consome mais está levando o planeta Terra ao esgotamento.
Hoje, a utilização de recursos já é maior que a capacidade de produzi-los. Ecologistas do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa vêm alertando sobre isso faz tempo.
No final de julho, foi a vez de o papa Francisco cantar essa bola, durante sua passagem por Aparecida (SP): “Os jovens não precisam de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo”.
Independentemente da fé de cada um, é certo que estamos nos tornando escravos de um modelo insustentável. Não apenas do ponto de vista econômico, como também pela ótica social. Mas existem diversas formas de reagir. Não apenas calibrando nosso consumo à nossa real necessidade, como também sendo criteriosos na hora de comprar produtos e contratar serviços.
Uma das mais ardilosas armadilhas é aquela clássica pegadinha no estilo “pague três e leve cinco” — que soa sempre como boa música aos nossos ouvidos. Independentemente do produto em questão. No entanto, o que parece ser uma oportunidade de ouro é, na verdade, uma grande armadilha. Afinal, para que precisamos de cinco peças de roupas exatamente iguais ou cinco utensílios de cozinha idênticos, por exemplo.
Nesta batalha, um dos mais poderosos aliados têm sido a tecnologia. Nos Estados Unidos, algumas ONGs vêm desenvolvendo aplicativos para ajudar os consumidores conscientes a escolher as marcas que respeitam o meio ambiente ou aquelas que estão ligadas a causas socais.
Um dos mais celebrados é o desenvolvido pela Buycott (um trocadilho com Boycott – boicote em português). Com ele é possível identificar, por meio do código de barras, se o produto foi produzido com transgênicos e até qual a política de aquisição de matéria prima de determinada empresa, etc. Pode-se, também, criar uma rede de boicote contra determinado produto até que seu fabricante altere a política que está sendo questionada.
Enfim, trata-se de uma forma, à princípio, eficiente de exercer esse aspecto da cidadania. Especialmente no caso dos portadores de smartphones.