Comunicação excludente, racismo escancarado

O Dia da Consciência Negra está aí, mas o que mudou de um ano para cá? Não sei! Mas, o que falta ainda é o nosso país ter sua própria identidade. Não consigo entender como o Brasil, situado na América Latina, não assumir suas origens indígenas e negras como parte da identidade de seu povo.  Aqui, o que se vê ainda é a insistência de se perpetuar o racismo velado e institucionalizado por todos os meios de comunicação que podemos imaginar.

Mesmo com todos esses percalços, a cultura afro resiste – aliás, sempre resistirá, diversos meios de expressões artísticas fazem com que o negro seja visto e percebido nesse mundo bizarro e racista em que vivemos. Na cidade de São Paulo, o que vemos como produção e conquista de espaço do povo negro está traduzido na dramaturgia, na música, nas artes visuais e em outras formas de manifestações criativas e afirmativas de nossa cultura.

Nas redes sociais nos últimos tempos temos visto muita raiva e preconceito em relação ao negro. A atriz Taís Araújo foi bombardeada por ofensas de cunho racista. Mas a minha indagação para refletirmos é: são racistas mesmo, ou são pessoas induzidas pelas grandes mídias a exporem aquilo que eles próprios criaram?

Como dizem por aí, não somos obrigados a gostar de ninguém, mas isso não quer dizer que as igualdades e diferenças não sejam respeitadas.

Mas, mesmo com tudo isso, o dia 20 de novembro é lembrado e respeitado em algumas metrópoles do Brasil. Em São Paulo, terá uma programação bem interessante para todos curtirem com música, debates e feiras de artesanato, em pontos espalhados pela cidade, com destaque à Flink Sampa, no Memorial da América Latina.

Ajudando a nossa reflexão acerca de algo que há mais de 500 anos estamos lutando para que se acabe: o racismo.

Boa semana pra todos!

Rodrigo Garcia é designer gráfico e arte-educador.