Em 2004, o o governo federal criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, mais conhecido pela sigla Proinfa. Desde então, surgiram iniciativas destinadas a diversificar a matriz energética. Nem sempre, contudo, pelo viés mais sustentável, uma vez que o número de termelétricas movidas a óleo combustível, carvão e gás também deu um grande salto.
Problemas à parte, pode-se dizer que foi esta política, cuja pedra de toque se baseia na garantia de aquisição da energia por um preço fechado, que ajudou a viabilizar a modalidade eólica, que usa a força dos ventos como combustível.
Na última semana de junho, a geração de energia a partir dos ventos atingiu a marca recorde de 4,3 (Giga-Watts), no Brasil, o suficiente para abastecer 19 milhões de residências.
Este número coloca o país em sintonia com o que acontece em outras regiões do mundo, que começaram a investir há mais tempo nesta vertente.
Agora, as atenções de empreendedores, e do próprio governo, se voltam para o uso do sol como fonte de energia. A mais nova tacada nesta área vem da Enel Green Power Brasil Participações, subsidiária da italiana Enel, que deu a largada na construção da Usina Nova Olinda. O projeto, situado na cidade de Ribeira do Piauí, região central do Piauí, foi concebido para ser grandioso.
De acordo com comunicado da filial, a unidade será a maior da América Latina, com capacidade de geração de 292 Mega-Watts, responsável para abastecer uma cidade com 300 mil residências, pelo período de um ano. Para isso, a Anel pretende investir US$ 300 milhões. A entrada em operação está prevista para o segundo semestre de 2017.
“O início da construção de Nova Olinda é um outro passo adiante para o nosso grupo no Brasil, confirmando a nossa liderança no mercado de energia solar no país”, afirmou Carlo Zorzoli, Country Manager da Enel para o Brasil, em comunicado divulgado à imprensa.
Esta não é a única tacada dos italianos nesta vertente. Graças à usina Fontes Solar, localizada em Tacaratu (PE), cuja capacidade é de 11 MW, eles já figuram como líderes do setor. Além disso, possuem licenças para produção de outros 515 MW. Apesar de enorme apetite dos executivos da Enel, outros competidores estão atentos às oportunidades na área.
É o caso da brasileira Sunlution, uma startup que opera em parceira com a francesa Ciel & Terre. A Sunlution aposta em painéis flutuantes (foto), como o instalado sobre parte da lâmina de água do lago da Usina de Balbina, nas cercanias de Manaus (AM).
O projeto faz parte de uma iniciativa que deverá reder contratos no valor de R$ 100 milhões à empresa baseada em São Paulo.