Por redação de O Mundo que Queremos, especial para COALIZÃO VERDE (1 PAPO RETO, NEO MONDO e O MUNDO QUE QUEREMOS)
A plataforma internacional What Design Can Do (WDCD) anuncia os finalistas do Make it Circular Challenge. De 650 projetos inscritos vindos de todos os continentes, 50 passaram para a etapa final da competição e 3 deles são de brasileiros. O Challenge, lançado em parceria com a Fundação IKEA em outubro de 2022, convocou designers e inovadores a enviar soluções para co-criarmos uma sociedade circular, e solucionar os impactos negativos das mudanças climáticas. Os finalistas incluem uma ampla gama de ideias e startups, de materiais e técnicas não-convencionais a serviços e campanhas disruptivas para evitar a geração de lixo, repensando como nós construímos, comemos, vestimos, embalamos e compramos. Nas próximas semanas, um júri internacional irá avaliar os finalistas para decidir os 13 vencedores, que serão anunciados no dia 3 de maio de 2023.
Ideias inscritas vindas de 81 países mostraram determinação em solucionar a crise climática com inovação criativa. Todos os projetos foram revisados por um Comitê de Seleção de 40 designers e especialistas em circularidade ao redor do mundo, incluindo Adebayo Oke-Lawal (designer de moda, Orange Culture), Daniel Pan (designer de produto, Firjan), Finn Harries (designer ambiental, Earthrise), Minnie Moll (chefe executiva do Design Council). Os projetos finalistas despertaram o interesse do Comitê de Seleção por cumprirem com louvor os cinco critérios da competição: impacto, criatividade e design, viabilidade, escalabilidade e trabalho em equipe.
“Estou impressionado com a engenhosidade exibida pelos finalistas do Make it Circular Challenge” diz Richard van der Laken, co-fundador da WDCD. “Hoje celebramos não só a criatividade dos finalistas mas também o esforço coletivo mundial de mudar, em direção a futuros mais sustentáveis. Os finalistas mostram como adotar um modelo circular de sociedade pode nos ajudar a avançar de práticas extrativistas e exploratórias rumo a modelos mais regenerativos e restaurativos que priorizam o bem-estar das pessoas e do planeta.”
“A Fundação IKEA está comprometida a trabalhar por um futuro saudável para nossas crianças, em um planeta habitável,” diz Liz McKeon, Diretora do Programa — Planeta na Fundação IKEA. “Nossas sociedades geram quantidades insustentáveis de resíduos por meio da produção e do consumo. Um dos objetivos do Make it Circular Challenge foi ver como designers e comunidades criativas podem repensar suas práticas de criação para eliminar o lixo no começo e no final do ciclo. Esses finalistas não nos desapontaram! Seus projetos são exemplos poderosos e inspiradores de porque devemos encorajar designers a incorporar práticas mais circulares em seu trabalho.”
FECHANDO CICLOS E CRIANDO MODOS CIRCULARES DE VIDA
Alguns dos finalistas mais notáveis encontraram valor em lugares inesperados – por exemplo, ao desenvolver materiais pouco convencionais vindos de matérias-primas desvalorizadas ou de rejeitos. Agropelo (Chile) desenvolveu um novo tipo de adubo feito de cabelo humano – uma inovação que reduz o uso de água para irrigação em 48% e regenera o solo. Já o EggBricks (México) busca tirar vantagem dos resíduos de casca de ovo para criar um novo material para fabricação de tijolos.
Outros projetos focam menos na criação de novos produtos e mais no desenvolvimento de tecnologias que permitam que sistemas apoiem a economia circular. Por exemplo, Veridis (Holanda) desenvolveu o primeiro método escalável de análise de plástico, que vai permitir a reciclagem confiável em larga escala e de alta qualidade. Com essa tecnologia, recicladores poderão medir de forma precisa os tipos de plástico presentes em uma grande pilha de materiais, permitindo que possam processar tudo com mais eficiência. Da mesma maneira, Já o Cerrado Infinito (Brasil) propõe a propagação de plantas do bioma mais devastado do Brasil (e em acelerado risco de extinção), por meio de uma preciosa caixa de sementes, substrato e guia de plantio. O objetivo é que as pessoas que vivem nas cidades do cerrado aprendam sobre as espécies nativas e multipliquem suas sementes em jardins e parques urbanos.
Além de imaginar novos usos para o que outros consideram que é lixo, os finalistas deste ano também encontraram formas criativas de repensar como bens cotidianos são feitos e vendidos. Por exemplo, vários focam na mitigação dos impactos das embalagens, usando materiais inovadores. Embalagens plásticas causam danos significativos para as pessoas e a Terra. Finalistas buscando alternativas para isso incluem projetos como Ybyrá (Brasil), que produz pratos e bandejas usando folhas secas de palmeira recolhidas em espaços naturais urbanos de São Paulo, mūjo (Alemanha), uma empresa que está desenvolvendo materiais biodegradáveis de algas marinhas, e Craste (Índia), um projeto que está criando embalagens com rejeitos de colheitas.
Finalmente, aprender a trabalhar com a natureza é um aspecto crítico do design circular. Finalistas como Clube Muvuca (Brasil) e Apidae (México) focaram no redesenho de sistemas alimentares e a construção de comunidades mais resilientes. O Comitê de Seleção ficou impressionado com como os designers colaboraram com agricultores e encontraram novas formas de alimentar as pessoas enquanto regeneram o solo e devolvem algo para a comunidade.
PRÓXIMOS PASSOS DO DESAFIO
Todos os 50 finalistas podem ser vistos na plataforma do Challenge. Durante o mês de abril, um júri internacional vai revisar seus projetos e anunciar os 13 vencedores no dia 3 de maio. Vencedores ganham € 10 mil em financiamento e mergulham em um programa de desenvolvimento co-criado por especialistas da rede Impact Hub.
Conheça todos os finalistas aqui:
