Em tempos de confinamento, UNESCO celebra importância da leitura

Em tempos de confinamento, UNESCO celebra importância da leitura

"Em um período de incerteza global e confinamento, os livros abrem as portas para a liberdade, transportando os leitores para além do tempo e das fronteiras", afirmou a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, nesta sexta-feira (23), quando se celebra o Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais.

Durante o último ano, quando a maioria dos países atravessou períodos de confinamento e as pessoas precisaram limitar o tempo que passam fora de casa, os livros provaram ser ferramentas poderosas para combater o isolamento, reforçar os laços entre as pessoas, expandir nossos horizontes, ao mesmo tempo em que estimulam nossa mente e nossa criatividade. Em alguns países, o número de livros lidos dobrou.

No Dia, que relembra a morte dos escritores William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Inca Garcilaso de la Vega, Azoulay encorajou a todos “a pegar um livro, começar a virar suas páginas e tirar dele um sopro de ar fresco, que ajudará a sustentá-lo agora e no futuro”.

No mês de abril e durante todo o ano, é fundamental reservar um tempo para ler sozinho ou com os filhos. É um momento para celebrar a importância da leitura, fomentar o crescimento das crianças como leitores, assim como promover o amor pela literatura ao longo da vida e a integração no mundo do trabalho.

A diretora-geral da UNESCO enfatizou que o poder dos livros deve ser totalmente aproveitado. “Devemos garantir seu acesso para que todos possam se refugiar na leitura e, assim, sonhar, aprender e refletir”, disse. “Eles são um meio de explorar domínios além de nossa experiência pessoal por meio da exposição a diferentes autores, ideias e culturas”, completou, reforçando seu papel na educação e no entretenimento.

NA CONTRAMÃO

Enquanto isso, no Brasil, a equipe econômica pretende levar adiante a ideia de sobretaxar a venda de livros. É isso mesmo. A ideia é acabar com a isenção de PIS e Cofins do setor e cobrar 12% sobre a receita das editoras. A medida, ainda não implantada, vem sendo combatida por diversos setores da sociedade. Especialmente por conta do discurso oficial que soloca o livro como um "bem supérfluo". 

No ano passado, foram comercializados 41,91 milhões de livros, aumento de 0,87% em relação a 2019. A receita do setor, no entanto caiu para R$ 1,74 bilhão ante R$ 1,75 bilhão arrecadados em 2019, de acordo com dados do Painbel do Varejo de Livros no Brasil, realizado pela consultoria Nielsen Book. 

 

*Com reportagem da agência ONU Brasil. Leia o original aqui.