Sergio Marone investe na bioeconomia

Sergio Marone investe na bioeconomia

No final de 2011, uma campanha nas redes sociais desafiava a mais ousada obra de engenharia do país, em muitas décadas: a Usina de Belo Monte; projetada para ser a terceira maior do mundo, atrás de Três Gargantas (na China) e Itaipu. Erguida no rio Xingu, no Pará, Belo Monte consumiu cerca de R$ 40 bilhões em recursos públicos e privados mas não cumpriu as boas promessas. Ao contrário: converteu-se em um dos maiores desastres ambientais e sociais do planeta.

Por ter sido planejado durante o governo Lula, no auge de sua popularidade, houve um “silenciamento natural” em relação às questões ambientais derivadas da obra. Até porque poucos ousariam se insurgir contra uma usina que prometia “resolver” o déficit energético brasileiro. Uma das honrosas exceções foi o grupo de artistas-ativistas liderados pelo ator Sergio Marone.

À frente do movimento É a Gota D`Água +10, ele lançou um vídeo, em novembro de 2011, que viralizou na internet e colocou uma forte pressão sobre o governo da então presidente Dilma Rousseff, que se viu obrigada a dar explicações sobre a obra. “Chegamos a ser recebidos no Palácio do Planalto pelo secretário-geral da Presidência, que nos disse que, em função do volume de recursos envolvidos, não teriam como parar a obra”, recorda.

Decorridos 11 anos, Sergio continua um ativista da sustentabilidade. Tanto se aliando a causas de repercussão internacional, como a campanha Pare de Chupar, destinada a banir os canudos plásticos, quanto promovendo iniciativas econômicas com foco socioambiental. É nesta trincheira que se posiciona a Tukano, loja virtual de produtos sustentáveis.

Lançada no começo de 2022, a grife aposta na parceria com fabricantes de produtos ecológicos, destinados a facilitar o dia a dia das pessoas ao mesmo tempo em que reduz o impacto ambiental. “Hoje, nada é mais importante que virar a chave para a bioeconomia, aproveitando tudo que a natureza pode nos proporcionar de bom”, destaca. A lista de parceiros inclui Morada da Floresta, Begreen e Paz em Gaia, responsáveis por fornecer itens de higiene (fralda ecológica e coletor menstrual), utensílios domésticos (composteira, saboneteira de bambu) e acessórios (ecobag e canudo de alumínio).

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Quando lançou a Tukano, Sergio pensou em criar uma marca para ser licenciada por um grupo reduzido de fabricantes de pequeno porte, interessados em ganhar escala. O modelo de negócio, no entanto, não se mostrou sustentável economicamente e a startup passou por um momento de virada. “Decidi ampliar o portfólio e agregar novos fornecedores para a marca própria Tukano”, conta.

Essa nova safra começou com a linha de cuidados da pele e do cabelo, fabricada a partir de insumos naturais e envasadas em embalagens feitas com plástico biodegradável. A performance dos produtos não foi deixada de lado. Todos eles possuem componentes ativos à base de insumos já consagrados na cosmética.

Com isso, o ator, ativista, apresentador, produtor e empresário espera acelerar o crescimento da Tukano a ponto de chamar a atenção dos Fundos de Investimentos. “Até agora, todos os recursos na construção da marca saíram do meu bolso”, diz. “Não criei a Tukano para ser uma empresa de nicho. Minha ambição é que ela seja uma marca de grande alcance, ajudando a popularizar a bioeconomia e gerando bem-estar para as pessoas.”