A farmacêutica MSD, nome pelo qual é conhecida a Merck & Co. Inc. fora dos Estados Unidos e do Canadá, é mais uma empresa agraciada com o selo “Age Friendly” no Brasil (algo como “Empresa Amiga dos Trabalhadores Maduros”). A certificação, concedida pela Maturi - plataforma focada em diversidade etária e oportunidades para o público sênior - visa promover a inclusão, o respeito e o aproveitamento das habilidades de profissionais 50 +.
A MSD atua no segmento de saúde animal e humana, ocupando posição de vanguarda em pesquisas para prevenir e tratar doenças que ameaçam pessoas e animais – incluindo câncer, doenças raras, doenças infecciosas e patologias animais emergentes. Foi a primeira no ramo do agronegócio a receber o selo “Age Friendly”, o que atesta o seu fiel compromisso com a empregabilidade e valorização dos profissionais 50+, por meio de práticas amigáveis de gestão etária eficientes.
A diretora de RH da MSD, Elisa Mendoza, concedeu entrevista para 1 Papo Reto onde destaca os programas de Diversidade e Inclusão desenvolvidos pela empresa.
O que representa para a MSD Brasil receber a certificação “Age Friendly”?
O recebimento da certificação Age Friendly consolida a MSD como uma referência no cenário corporativo e mostra o nosso empenho em impulsionar e valorizar, cada dia mais, a diversidade e a inclusão no ambiente de trabalho.
Quantos colaboradores a MSD Brasil tem atualmente e qual porcentagem dos que estão na faixa etária dos 50 +?
São 1.300 colaboradores entre as unidades de Saúde Humana e Saúde Animal. Desse total, 17% têm acima dos 50 anos de idade, índice superior à média de mercado, que é de 6% a 10%.
Qual o perfil do público “sênior” que a MSD mantém em seu quadro de funcionários?
Mulheres: 40%; homens: 60%; em cargos gerenciais: 36%; mais velho:70 anos (contratado em 2021); e idade média dos seniores: 55 anos.
A MSD tem contratado novos colaboradores 50+ ou retém os já existentes?
Ambos. Nosso time de atração e seleção tem o papel de trazer candidatos diversos para os processos seletivos, mitigando vieses, inclusive geracionais. Em paralelo, entendemos a necessidade de continuar com o desenvolvimento de todos os nossos talentos.
Qual o regime de contratação desses talentos mais maduros?
Sempre CLT.
Em geral os colaboradores 50 + atuam no modelo de trabalho presencial, híbrido ou remoto?
Temos, em nosso quadro de colaboradores, profissionais que atuam no modelo híbrido em nosso escritório, e profissionais da Força de Vendas, que diariamente estão em visitas a clientes.
Quais os principais benefícios que vocês observam nessa convivência intergeracional no ambiente de trabalho?
A mistura de habilidades e experiências de diferentes gerações é essencial para impulsionar a inovação e o crescimento, com ricas trocas de experiências entre as diversas gerações. Isso traz diferentes perspectivas e abordagens para a busca de soluções e enriquece o nosso ambiente de trabalho.
Quais as ações que a MSD promove para engajar a comunidade 50+ no meio corporativo?
Em 2019, iniciamos um grupo de afinidades focado em questões geracionais, com o objetivo promover o desenvolvimento de profissionais de diversas idades por meio de programas, treinamentos e letramento sobre o etarismo. Esse grupo conecta os pontos em todas as gerações, permitindo uma colaboração mais eficaz no espaço de trabalho por meio de maior compreensão e interações entre diversas gerações.
Há quanto tempo vocês desenvolvem ações afirmativas nas áreas de Diversidade, Equidade e Inclusão alinhadas à agenda ESG?
Desde 2018, por meio da criação de grupos de afinidades, a MSD vem desenvolvendo ações afirmativas voltadas para diversidade e inclusão.Criamos programas de mentorias voltados para colaboradores negros e PcD (Pessoa com Deficiência); programa de desenvolvimento para lideranças femininas (na área de Saúde Animal); e benefícios inclusivos, como o apoio à adoção, licença parental e auxílio PcD. Nossa estratégia de Diversidade e Inclusão tem o objetivo de conectar as necessidades do negócio com ações afirmativas para os grupos minoritários e que tragam bons impactos para nossos funcionários e a sociedade.
O que eles dizem:
André Xavier, diretor de Vacinas Público e Diabetes – Os desafios intergeracionais no trabalho, ou seja, as dificuldades que surgem na convivência e colaboração entre diferentes gerações de profissionais, podem ser diversas e complexas. O fato de estarmos convivendo com pessoas da geração X (1965 a 1980) e, em breve, receber a geração Alpha (nascidos a partir de 2010, portanto nativos digitais) tende a ser desafiador. Entretanto, o que poderia ser um obstáculo no mercado de trabalho é, na verdade, uma grande fortaleza da MSD. Temos a oportunidade de discutir e implementar projetos com diferentes visões, e essa diversidade é uma realidade aqui. Não fazemos distinção entre as gerações, e todas as ideias são discutidas de forma aberta e respeitosa.
Priscila Moreale, gerente de Inovação – Essa sinergia acontece de forma muito natural no nosso dia a dia de trabalho. Hoje, temos quatro gerações trabalhando juntas na MSD, e nossa cultura e forma de trabalhar já são pensadas de maneira colaborativa. Outro ponto que reforça essa conexão entre as diferentes gerações da nossa empresa é o fato de termos um grupo de afinidade focado nessa temática, que promove diversas atividades e ações que facilitam essa conexão em diferentes níveis. Um exemplo é o nosso programa de mentoria reversa, que permite que pessoas que estão começando suas carreiras assumam o papel de mentores de colaboradores mais experientes dentro da companhia.
Essas ferramentas e iniciativas são formas que a empresa encontrou para construir pontes de conexão entre gerações, preparando as lideranças do futuro ao trabalhar com os líderes já existentes. Além disso, um dos esforços do grupo foi receber o reconhecimento do selo Age-Friendly. Em todas as áreas, temos uma escuta ativa dos líderes, independentemente da geração, o que facilita o trabalho em equipe em ambientes multigeracionais. Isso traz muitos benefícios para a conexão entre as pessoas, resultando em maior eficiência e produtividade.
Selo “Age Friendly” tem validade de 2 anos
O selo “Age Friendly” já existe nos EUA desde 2005, criado pelo Age Friendly Institute, de Boston e chegou ao Brasil há pouco mais de 2 anos, refletindo um movimento global de valorização da diversidade etária no ambiente de trabalho. Para receber a certificação, as empresas precisam demonstrar políticas claras de inclusão de trabalhadores seniores, que incluem flexibilidade de horários, oportunidades de aprendizado e desenvolvimento, integração, remuneração, adaptações físicas no ambiente de trabalho e saúde, preparação para aposentadoria, entre outras ações que promovam um ambiente inclusivo para todas as idades. São ao todo 12 categorias analisadas.
O Age-Friendly tem um período de validade de 2 anos, quando é reavaliado por um comitê da Maturi a fim de garantir que a empresa continua cumprindo os critérios necessários, inclusive mostrando evolução no tema.
Atualmente o Brasil conta com 16 empresas nacionais e multinacionais dos mais variados segmentos (farmacêuticos, atacadistas, seguros, telefonia, bancos, cosméticos, consultorias de gestão entre outros) que detém o selo. De acordo com Mórris Litvak, fundador e CEO da Maturi, a expectativa é fechar o ano de 2025 com 30 empresas certificadas.
